Descobri, com ajuda de muita terapia, que um dos principais exercícios de ser adulto é saber separar, na reação do outro, o que pertence a você e o que não pertence.
Vou dar um exemplo simples. Sem querer, você derruba um copo d’água no chão de um restaurante onde almoçava. De repente, a pessoa da mesa ao lado começa a te olhar com raiva. Balança a cabeça fazendo sinal de negativo. Cochicha com outra e continua olhando com ar de desaprovação. Você tem certeza que foi sem querer, mas a reação do outro é tão ruim, que uma coisa simples acaba virando um peso enorme.
A grande questão é: qual é a parte dessa reação que te pertence? Afinal, foi só um copo d’água. Provavelmente tem muito mais coisas envolvidas nessa “simples” situação. O comportamento daquela pessoa envolve muito mais que um chão molhado, mas envolve também um problema pessoal ou uma vida frustrada. Talvez envolva um relacionamento falido ou um trabalho detestável.
Ok! Até que não parece tão difícil identificar essas situações, mas acredite: pode sim ser bem complicado. A maior dificuldade acontece quando uma pessoa que tem muita influência sobre você ou alguém em que se é muito apegado emocionalmente faz isso. Seu chefe, sua mãe, pai, namorado, bons amigos… aí a coisa pega!
Mas é um exercício mesmo. É tentar entender o tamanho real da situação, se colocar no lugar do outro, repartir aquela situação e recolher só a parte que pertence a você. Os passos são de formiguinha, mas é tão bom quando a gente lida com aquilo que temos capacidade de melhorar e não com mil partes que não temos o menor controle, sabe?
Meu conselho é: PRATIQUE!
Beijos,
Lí
