Poucos são os privilegiados que nunca, nunquinha, nem por um momento da vida, brigaram com balança.
Não vou mentir que gostaria muito de ter esse privilégio, mas a verdade é que desde os meus 13 anos preciso ficar de olhos nos meus hábitos alimentares.
Tive uma infância magra, mas à partir do divórcio dos meus pais e da grande sensação de abandono que senti naquele momento comecei a comer demais para preencher um vazio sem fim. Engordei uns 8 ou 9 quilos e me vi, pela primeira vez, acima do peso. Uns 8 ou 9 quilos pode parecer pouco para você que está lendo esse post, mas eu sou muito pequenininha e, acredite, esse peso faz muita diferença para mim.
Desde então passei por muitas fases, mas sinto que melhoro a cada dia, sabe? Nunca fiz dietas malucas, mas somente com acompanhamento profissional. Nunca tomei remédios para emagrecer e nem judiei do meu corpo para perder medidas. Sempre foi na base do “sacrifício” mesmo, sem hacks e sem milagres.
Com tantos anos de cuidado alimentar percebi que a pior parte das dietas não era abrir mão de comer alguma coisa, mas ficar pensando em comida o tempo todo. Enquanto meus olhos estavam abertos eu estava pensando em comida. E isso é muito estressante! Ficava pensando em como me livrar daquela neurose e vi que me alimentar de forma intuitiva e consciente era a melhor forma de ficar em paz com os meus pratos de comida.
Vou explicar tudo.
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Alimentação intuitiva
Alimentar-se de maneira intuitiva é comer quando se tem fome.
É triste imaginar, mas o estímulo alimentar é tão grande nos dias de hoje que perdemos a real sensação de fome. Não sabemos mais identificar!
Minha dica aqui é: quer comer alguma coisa? Pare e pense: “Estou mesmo com fome ou com vontade de comer?”. Ficou na dúvida? Provavelmente não é fome.
Beba um copo de água e espere uns minutinhos. Talvez essa vontade passe. Não passou? Ok, coma.
Isso também é válido para quantidades. Mesmo que você sempre coma 2 fatias de pão no café da manhã, essa é sempre a sua necessidade diária? Pode ser que em alguns dias 1 fatia seja suficiente, né? Avalie.
Coloque na cabeça que não existe certo e errado. Existe fome!
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Alimentação consciente
Quantas vezes eu comi correndo, jogando tudo pra dentro que nem uma alucinada. É uma sensação terrível de descontrole.
Não aproveitava as refeições e mal sentia a textura das coisas que eu estava comendo. Claro que a correria do dia a dia pode incentivar esse tipo de comportamento, mas na maioria das vezes é pura gula e “comer no automático”.
Esteja presente no momento das suas refeições. Monte seu prato sempre que possível, escolha os alimentos, tempere, olhe para o que você está comendo. Sente à mesa, converse, leia um livro, mastigue bem, sinta o gosto da comida.
Vai beber um vinho ou um refrigerante? Desfrute daquele momento! Vai num aniversário? Converse com as pessoas!
Viva a vida em todos os seu momentos, inclusive na hora de comer.
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Essas duas sacadas ajudam muito na ansiedade quando preciso voltar aos eixos da alimentação. Normalmente, engordo quando jogo esses parâmetros no lixo. Vou comendo o tempo todo, mesmo sem fome, e comendo o mais rápido possível como se a comida fosse acabar para sempre.
Quando percebo tento retomar uma alimentação intuitiva e consciente. Sem desespero, sem neurose.
Sempre funciona muito bem. Quer tentar também?
Beijos,
Lí